sábado, 30 de janeiro de 2010

Biscoito Globo

A marca de sucesso do post abaixo é o biscoito Globo.

Quem não é do Rio de Janeiro provavelmente nunca ouviu falar. Mas os cariocas e as pessoas que já visitaram a cidade sabem que praia sem biscoito globo é como arroz sem feijão, romeu sem julieta, aniversário sem bolo. Pode até acontecer, mas não é a mesma coisa.

História

O produto, hoje tipicamente carioca, nasceu paulista no ano de 1953. Depois que os pais se separaram os irmãos Milton, Jaime e João Ponce foram morar com um primo que tinha uma padaria no bairro do Ipiranga, em São Paulo. Nela, aprenderam a fazer biscoitos de polvilho que eram vendidos na rua.

Um ano depois os irmãos Ponce resolveram vender os biscoitos no Rio de Janeiro para aproveitar o grande número de pessoas que estariam na cidade para participar de um congresso eucarístico (evento religioso da igreja católica). O sucesso foi tanto que eles resolveram ficar na cidade e foram contratados por uma padaria que se chamava Globo (surge então o nome do biscoito). Com o tempo eles passaram a ser vendidos em outras sete filiais desse rede.

Depois de expandir a distribuição do produto para outras redes de padarias, os Ponce conhecem, em 1963, Francisco Nunes Torrão, um português especialista em pães e formam com ele uma sociedade que culminou na Panificação Mandarino Ltda, que existe até hoje.


Como funciona a distribuição hoje

Às 5hs da manhã Milton Ponce abre a fábrica (localizada no centro do Rio). Um saco com 50 unidades custa 25 reais e é vendido pra qualquer pessoa que queira revendê-lo pela cidade. Os ambulantes fazem fila para comprar o biscoito. Cerca de 15 mil são vendidos por dia.




Ponce já declarou que sempre recebe propostas de franquia e que muita gente não entende por que ele não aumenta a produção. A resposta dele é simples! Muita gente aposentada e desempregada sobrevive da venda do produto. Outra justificativa é que ele não gostaria de perder o controle da produção, que é feito por mais ou menos 20 funcionários, muitos deles há 30, 40 anos trabalhando lá e que conhecem o jeito certo de fazer o biscoito. A fórmula é simples: polvilho, ovos, leite, açúcar, sal, gordura hidrogênada e água. No entanto, é preciso ter sensibilidade para achar o ponto exato em que a massa deve ficar. Segue abaixo um video mostrando todo o processo.






Curiosidades

O personagem que enfeita a embalagem foi inspirado no bonequinho da seção de crítica de cinema do jornal O Globo.

O empacotamento dos biscoitos nos saquinhos em que são vendidos é feito todo a mão.

Além da praia, principal ponto de venda, o biscoito Globo é vendido em sinais de trânsito, no estádio do maracanã em dia de jogo, entre outros lugares espalhados pela cidade.

Ele só tem 2 sabores: doce e salgado. A embalagem nunca mudou. Nenhuma ação de marketing jamais foi feita para divulgá-lo.

2 comentários:

Rafael Malhado disse...

Excelente post! Foi resgatar a história de um dos biscoitos mais desejados do povo carioca! Parabéns pela matéria e por lembrar da façanha do produto que não precisa nem dos meios tradicionais de comunicação para fazer sucesso!!!

Jorge Ramiro disse...

Eu trabalhei em alguns restaurantes em moema e quero dizer que é um excelente treinamento. Além disso, o biscoito globo traz memórias de mina infância.